26/07/2023 às 13h08min - Atualizada em 26/07/2023 às 13h08min

AUTOESCOLA DO “DITON” – Leopoldina – 1950/60 –

Edson Gomes Santos
Diton (Foto: Facebook de sua filha Aparecida Vieira)
Naqueles anos e nos anteriores, o aprendizado da “arte” de conduzir automóveis e caminhões era “no tapa”, ou seja, sentava-se no banco do motorista; o “instrutor” ia dando as dicas: pisa na embreagem; engate a primeira; solte a embreagem devagar; pressione o acelerador à medida que solta a embreagem; passe a segunda... passe a terceira... e “vamo” lá!!!

Autoescolas foram delineadas no CNT/1966; implementadas a partir dos anos 70/80; substituídas pelos CFC-Centros de Formação de Condutores a partir de 1998; mas... desde os anos 1950/60, em Leopoldina, havia o Instrutor Gladstone Vale, apelidado Diton, referência para treinamento de novos motoristas desejosos em obter suas CNH.

Naqueles anos de 1950 possuir automóvel era privilégio de poucos; nos anos 60 iniciou a “popularização” e acesso aos automóveis com advento dos consórcios e financiamentos bancários para os jipes, Rural, Fusca, Vemag, Simca, Dauphine, Gordini, etc.

Se nos anos 50 e anteriores dirigir era “domínio” dos homens, às mulheres tal “privilégio” era vetado, havendo poucas delas detrás de um volante; tal fato começou a se modificar nos anos 60, com as mulheres mostrando que podiam, sim, dirigir e possuir automóvel.

Naqueles anos Diton atuava atendendo esposas, filhos e filhas de proprietários de automóveis que entendiam ser as mulheres tão aptas quantos os homens para conduzir um automóvel, porém treinados por pessoa competente para tal mistér... como o Diton.

O automóvel da autoescola do Diton era um Ford (creio que) 1929, azul, capota de lona preta, e lá passava ele com seu semblante tranquilo sentado ao lado dos alunos, porém atento para eventuais correções e instruções aos seus treinandos.

Como instrutor, Diton transmitia paciência e confiança aos alunos, preparando-os para os exames visando CNH, já que os exames de condução veicular eram acompanhados por Examinadores e quesitos pontuáveis positiva ou negativamente conforme os desempenhos individuais, sendo raras as reprovações dos seus alunos.

Se antigamente quando uma pessoa aprendia a dirigir automóvel era “contemplado” com a observação ... fulano já sabe dirigir, hoje, quando nos deparamos com alguém que não saiba dirigir, a observação é ... o quê, você não sabe dirigir?

 Saber dirigir, ser habilitado e possuir um automóvel é a “porta” para a liberdade de ir e vir, e entendo que Diton contribuiu positivamente para que as mulheres de Leopoldina, daquele tempo, pudessem exercer suas liberdades de ir e vir... atrás de um volante, dirigindo um automóvel, adentrando-se num campo antes “exclusivamente” masculino.

… Então a “autoescola” do Diton, durante sua existência e cumprindo seus propósitos, treinou seus alunos para que tivessem a autonomia veicular de ir e vir.

Em nome dos seus alunos e alunas, tomo a liberdade de dizer:

Diton, tenha consigo a eterna GRATIDÃO dos seus alunos e alunas.     

 
 
 
      
 
Link
Tags »
Leia Também »
Comentários »